Com duas mortes confirmadas por dengue, Oiapoque intensifica ações contra o Aedes aegypti

Uma força-tarefa com ações de combate à dengue está atuando em Oiapoque, no extremo norte do Amapá, para conter o avanço da doença.

As equipes da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) já realizaram 5.744 visitas domiciliares. Em todas, foram encontrados larvas do mosquito Aedes aegypti e feito o bloqueio focal com larvicida. Durante as inspeções, 50 casas apresentaram pelo menos uma pessoa com dengue.

“Existem lugares mais óbvios em que os agentes de endemias localizam com facilidade os focos, como ralos, pratinhos dos vasos de plantas, caixas d’água descobertas, latas e pneus no quintal. Mas também existem criadouros do mosquito que são menos óbvios, entre eles, as lajes expostas e as calhas. Basta que folhas de árvores se acumulem nelas para que a água fique perigosamente empoçada. Nesse tipo de lugar, os agentes dificilmente têm acesso, e a solução fica nas mãos dos próprios moradores”, destacou Jonas Ferreira, chefe da Unidade de Controle de Vetores da SVS.

O trabalho de fumacê também foi intensificado. Em cinco dias de ações de borrifação 11.240 imóveis receberam o serviço.

No dia 1º de fevereiro, foi decretado situação de emergência no município por conta do elevado número de casos de dengue.

A Prefeitura solicitou apoio ao Governo do Amapá em razão das dificuldades de atendimento aos pacientes que estão causando uma grande procura pelas unidades de saúde. A força-tarefa montada inclui ainda atendimentos de saúde, reforço nos diagnósticos, limpeza e vacinação.

Número de casos

De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pela SVS, até esta segunda-feira, 26, foram registrados no estado 1.883 casos notificados de dengue, 527 confirmados e dois óbitos. Dos 527 casos confirmados, 321 foram em Oiapoque.

A primeira morte por dengue hemorrágica foi registrada em janeiro. O paciente era um homem, de 25 anos, que deu entrada no Hospital Estadual na cidade com o vírus na forma clássica, que evoluiu para o quadro hemorrágico. Ele morreu no dia 9, um dia após ser internado.

A segunda morte em decorrência de complicações da doença foi registrada no dia 21 deste mês. O caso é de uma técnica de enfermagem, de 38 anos, da etnia Galibi Marworno, que também não resistiu ao agravamento do quadro.

Fotos: Mônica Silva/SVS