Nove policiais são afastados após ação que resultou na morte de sete pessoas em Macapá

Nove policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte de sete pessoas, na madrugada de domingo, 4, no bairro Pantanal, zona norte de Macapá, foram afastados das funções operacionais. A informação foi confirmada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública do Amapá, José Neto, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira,5.

Segundo o secretário, a ação foi resultado de uma denúncia recebida pelo serviço de inteligência sobre o tráfico de drogas na região. A informação indicava que um suspeito, conhecido como Billy, estaria comercializando entorpecentes em companhia de outros homens armados, utilizando um veículo GM Onix branco.

“As informações que temos são as que constam no Boletim de Ocorrência da Polícia Militar. Sete pessoas estavam dentro de um carro em atitude suspeita. Durante a abordagem, elas teriam efetuado disparos contra a guarnição e jogado o veículo em cima de uma das viaturas, uma motocicleta. Diante disso, os policiais revidaram. Foram apresentadas sete armas de fogo, em tese, encontradas no interior do carro”, afirmou o secretário.

José Neto ressaltou que, devido à gravidade e à repercussão do caso, foi determinado o afastamento dos policiais envolvidos para garantir isenção nas investigações.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública também confirmou que três dos sete mortos não tinham antecedentes criminais, embora estivessem dentro do carro no momento do confronto.

“Temos informações concretas de que entre essas pessoas havia, sim, integrantes de organização criminosa, com passagens anteriores por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas”, acrescentou.

O secretário garantiu que o caso está sendo apurado com rigor e imparcialidade. “Ontem mesmo realizamos uma reunião com o comandante-geral da PM e o delegado-geral da Polícia Civil para acompanhar a ocorrência desde as primeiras horas. A Polícia Civil requisitou que a Polícia Científica realizasse todas as perícias cabíveis. Ainda hoje será instaurado o inquérito policial para apurar, com isenção, todas as circunstâncias dos fatos para que possam ter uma dimensão do que de fato ocorreu”, destacou.

Durante a coletiva, José Neto também comentou a detenção de uma advogada no local da ocorrência.

“A informação que chegou até nós é que uma advogada tentou entrar na área isolada onde os fatos ocorreram. Como a entrada foi impedida, houve uma discussão com a equipe, caracterizando, em tese, desacato e desobediência. Por essa razão, ela foi conduzida até o Ciosp do Pacoval”, concluiu o secretário.

Foto: Nayana Magalhães/Gea